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Gravuras de Inverno
Walter Chou/Curador

Madeira, goivas e muito trabalho poderiam explicar o conteúdo deste catálogo, não fosse também, indispensável, o exercício criativo e inventivo dos artistas plásticos sergipanos em, utilizando a técnica da xilogravura, retratar elementos dos seus repertórios culturais.

Atribuída aos chineses na impressão de ideogramas, a xilogravura é também referida aos japoneses, indianos, persas e na América Pré-colombiana. Na Europa, xilogravura foi utilizada pelos antigos mestres impressores (1400 d.C.) como resultado da evolução de técnicas existentes para a impressão em tecido. A explosão de vendas de xilogravuras baratas no meio do século fez com que a xilogravura se popularizasse. A partir de 1475 a gravura alemã se tornou mais sofisticada, dada à utilização de ranhuras lineares e cruzadas no entalhe da madeira. Vários livros ilustrados alemães e italianos foram publicados neste período. No final do século, Albrecht Dürer elevou a xilogravura a um nível jamais ultrapassado, aumentando seu status, com a venda da imagem separadamente. Neste período, Alemanha, Bélgica e Holanda se tornaram importantes produtores de livros tabulares.

A palavra xilogravura passa a existir no século XIX do francês xylografhie, derivada do grego xylographéo (escrito em madeira ou sobre madeira). A terminologia xilogravura foi catalogada no século XX como arte de gravar em madeira ou a impressão resultante dessa técnica.

Utilizada em publicações de caráter popular (imagens de santos e cartas de baralho), a xilogravura entrou em decadência na Europa em meados do século XVI, apesar de ser utilizada no Brasil de modo oficial no século XIX, com a chegada da Família Real. Muito difundida no Nordeste, associada à Literatura de Cordel, a xilogravura passou a ser considerada uma técnica menor, inferior; também utilizada na confecção de rótulos de garrafas de cachaça e de outros produtos.

Nesta exposição e catálogo, apropriam da técnica da xilogravura para comunicar as imagens nascidas do exercício criativo - que precede a gravura (caderno de desenhos) e, do entalhe na madeira de lei (gravura).

Estas imagens certamente constituem um distinto conjunto no acervo de obras de artes visuais sergipanas.

Ultima Atualização: 28/12/2010

 
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