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Ismael Pereira - Singela Homenagem
Sônia Azêvedo

Ele nasceu para sentir o mundo
E inventar largas avenidas
Entre as pedras do caminho
Cujos fragmentos
Aprendeu a transformar
Em sagrada inspiração
Reinventando a vida
Nas horas duras e férteis.
Ainda menino rejeitou o cabresto
Desse mundo-cela
E fez da alma janela escancarada e liberta
Substância resistente e rebelde
Cativa somente da busca inquieta
Desenfreada
À procura da tranqüila enseada
Habitada pelo incontrolável anseio
De produzir o imaterial, o que será eterno.
Arte! Arte! Política e polida Arte!
Que não se herda em testamento
Raiz que não se arranca
Lição que não se aprende
Pois é façanha íntima da imaginação
Revelação sensível da alma
Sua mais nobre expressão da vida
Que renasce nas inúmeras peças
De geometria colorida, e delicados bordados.
Nas paisagens criativas dos seus quadros
Todo o encantamento do mundo humano.
Arte! Arte! plena de cultura e significados
Fruto maduro dessa força humana subjetiva
Chamada intuição.
Arte! Arte! política e polida arte
É essa sua habilidade maior:
Um pincel que remove pedras e refaz caminhos
Arte! Elemento primordial da sua origem
Expresso sob o movimento ímpar das suas mãos.
E o que importa a pedra?
Se o que vê são caminhos abertos
Nesse santuário mágico de infindáveis trilhas
Onde o inefável enigma da invenção
Alimenta a semente da criação
Razão maior do seu destino
Arte! Arte! política e polida arte – que eternizará a vida
Feita com os doces/salgados pedaços
Da sua mais pura emoção.

Ultima Atualização: 28/12/2010

 
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