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ÁGUAS DE MARÇO: LIDANDO COM A ESCASSEZ DA ÁGUA
Ailton Francisco da Rocha

No dia 22 de Março, na celebração do Dia Mundial da Água em 2007 a Sociedade SEMEAR lança a exposição coletiva de artistas plásticos sergipanos, trazendo como tema “Águas de Março: Lidando com a Escassez da Água”.
Esta feliz iniciativa vem preencher uma lacuna sobre a gestão dos recursos hídricos no Estado de Sergipe. Para se alcançar soluções sustentáveis que contribuam para a eqüidade, paz e desenvolvimento, a gestão e governabilidade da água precisam que sejam levadas em conta a diversidade cultural e biológica. Por esta razão, a Sociedade SEMEAR acredita que a dimensão cultural dos recursos hídricos merece uma profunda análise, e, assim haverá um melhor entendimento de suas diversas ramificações.
Nos tempos modernos, as abordagens sobre a gestão dos recursos hídricos tendem ser completamente voltadas à tecnologia em seu esforço de solucionar a urgente problemática mundial da água. Hoje, de acordo com o 2º Relatório das Nações Unidas Sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo, 1,1 bilhão de pessoas vivem sem água potável em condições apropriadas e 2,6 bilhões não possuem acesso a saneamento básico. Catástrofes naturais relacionadas à água, tais como enchentes e secas, matam mais que qualquer outro desastre natural e doenças ligadas a este recurso continuam causando a morte de milhares de crianças todos os dias. A tecnologia por si só não nos levará a uma solução viável.
Há um reconhecimento crescente que, para compreender e conservar os recursos naturais como a água, é necessário entender as culturas humanas que formatam e interagem com os sistemas naturais. O conhecimento tradicional nos alerta para o fato de que a água não é meramente um produto. Desde o surgimento da humanidade, a água tem nos inspirado, dando-nos vida espiritual, material, intelectual e emocional. O nexo entre cultura e natureza é a avenida para um entendimento flexível, criativo e adaptável nos sistemas social e ecológico.
Nessa perspectiva, o uso sustentável da água e, portanto, um futuro sustentável depende da relação harmoniosa entre água e cultura.

Ailton Francisco da Rocha
Engenheiro Agrônomo e Representante Regional da
Associação Brasileira de Recursos Hídricos em Sergipe

FONTE: Catálogo da Exposção Águas de Março - Ultima Atualização: 28/12/2010

 
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