FUNDAÇÃO CASA REALIZA CURSO PARA AGENTES DE SEGURANÇA DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

Os novos agentes de segurança que irão atuar nas unidades de cumprimento de medidas socioeducativas da Fundação Renascer do Estado de Sergipe participaram no dia 31 de janeiro, no auditório da Sociedade Semear, de um curso sobre segurança e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), ministrado por Carlos Alberto Corade, Superintendente de Segurança e Disciplina da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), de São Paulo.



De acordo com Corade, as capacitações vêm sendo feitas em todo o país numa tentativa de melhorar a segurança dentro das unidades de atendimento para o adolescente em conflito com a lei proporcionando informações e diretrizes de atendimento em consonância com as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do SINASE.



Para Corade, as experiências de capacitações direcionadas aos diretores, agentes de segurança e funcionários que exercem as funções administrativas dentro das unidades vêm dando uma resposta positiva a problemas de situações de conflito nos locais de internação e reduzindo os riscos de rebeliões.



"Através das capacitações é possível gerenciar crises ocorridas nas unidades a fim de assegurar uma solução que vise manter a integridade física, mental e psicológica dos funcionários e dos adolescentes. Outro fator importante é fazer com que o agente de segurança também compreenda que tem um papel estratégico na ressocialização desses jovens enquanto um ator que compartilha o cotidiano do adolescente e acompanha todo o processo de recuperação do mesmo", exemplifica.



Durante o curso, os participantes receberam orientações sobre procedimentos que devem ser adotados em situações-limite, além de informações relacionadas a um maior envolvimento dos agentes na construção do plano pedagógico e ações relacionadas à área psico-social. Corade destacou que o êxito da ressocialização dos adolescentes é resultado de um trabalho coletivo envolvendo ações integradas de todo o sistema socioeducativo e que a segurança não pode ser vista como uma ação isolada.



O agente de segurança Antônio Francisco da Silva Filho, considerou a palestra proveitosa. "Tivemos acesso a informações simples que podem melhorar nossa rotina de trabalho e fazer uma diferença muito grande quando executadas. As lições que aprendemos aqui levaremos para nossa prática e assim teremos mais segurança na realização das nossas atividades", ressalta.





O curso sobre segurança foi iniciado no dia 29, no auditório da Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência e Desenvolvimento Social (Seids), onde no mesmo dia pela manhã, a professora da Universidade Federal de Sergipe, Andréa Depieri realizou palestra sobre "Sociologia da Criminalidade", com debates e reflexões sobre os fenômenos sociais da violência.



As palestras fazem parte de um ciclo de formação continuada realizada pela Fundação Renascer, órgão da Seids responsável pela gestão de medidas socioeducativas e pela formulação e execução da política da criança e do adolescente no Estado.



As capacitações são direcionadas para atores sociais que atuam na gestão de medidas socioeducativas em Sergipe dentro da proposta do projeto de Estruturação da Rede de Atendimento Socioeducativo do Estado de Sergipe, o Tá Na Medida, realizado pela instituição em parceria com a Sociedade Semear e Petrobras, que financia a iniciativa através do Fundo para Infância e Adolescência (FIA).



Paralelamente às palestras, atores envolvidos na gestão das medidas socioeducativas nas cidades de Aracaju, Estância, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros, Umbaúba, Propriá, Laranjeiras, Lagarto, Itabaiana, Nossa Senhora das Dores e Poço Verde participaram durante toda a semana de oficinas temáticas realizadas pela Sociedade Semear sobre direitos da criança e do adolescente e a aplicação do SINASE nos municípios.



Para um dos participantes das oficinas, Márcio Siqueira, representante da Secretaria de Inclusão Social de São Cristóvão, "as discussões foram importantes para o município conhecer melhor o SINASE e identificar os problemas que devem ser resolvidos no atendimento ao jovem que cumpre medida socioeducativa".



A conselheira Tutelar do 2º Distrito de Aracaju, Cícera Maria Castro do Egito, disse que as oficinas não só despertaram discussões sadias e necessárias para o fortalecimento da rede como também foram importantes para identificar as lacunas no processo de atendimento aos adolescentes autores de atos infracionais.



"Discutir o projeto pedagógico e a humanização do atendimento são desafios para os quais temos que estar preparados. Por isso, as capacitações são instrumentos necessários para concretizarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente", diz.



As oficinas de sensibilização para os municípios continuam até 06 de fevereiro, na Sociedade Semear. As oficinas têm a proposta de subsidiar os municípios na implantação e operacionalização das medidas socioeducativas em meio aberto, destacando a importância da ação para os adolescentes que cometem atos infracionais de menor gravidade terem mais chances de serem atendidos por medidas menos agressivas e que facilitam sua reinserção na vida social em detrimento às de privação de liberdade, com base SINASE.



A idéia é discutir em conjunto com os municípios os novos parâmetros para o atendimento socioeducativo e orientar os administradores municipais sobre a implantação dos núcleos de execução das medidas em meio aberto nas cidades contempladas pelo projeto.

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