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JENNER 85 ANOS: Exposição Comemorativa
Exposição fica em cartaz até o dia 27 de novembro.
Está em cartaz na Galeria Jenner Augusto a exposição JENNER 85 ANOS. São 33 belíssimas obras produzidas nas oito décadas de vida do artista, selecionadas pela família de Jenner para revelar aos seus conterrâneos toda a sua trajetória.
“A realização desta exposição na terra natal de Jenner, em comemoração aos seu 85 anos, foi possível graças ao apoio incondicional da Energisa e da Sociedade Semear”, comentou Luíza Silveira, viúva de Jenner.
Jenner Augusto nasceu no dia 11 de novembro de 1924, em Aracaju. Desde jovem, pintava anúncios para cinema, faixas e cartazes comemorativos. Já em 1945 realizou sua primeira exposição individual. A partir de 1947, procurou se integrar ao ambiente artístico da capital sergipana, participando de algumas mostras coletivas. A segunda exposição individual, ainda em Aracaju, ocorreu em 1948, época em que já se sentiam os sintomas da renovação que substituiria os padrões acadêmicos pela perspectiva do Modernismo. Em 1949, nesse novo clima, Jenner realiza o que se considera uma manifestação pioneira da arte moderna em Sergipe: a pintura mural do antigo bar Cacique, em Aracaju, onde se evidencia a influência de Portinari.
Depois desse período, Jenner fixou residência em Salvador, onde integrado com os artistas baianos, realizou várias exposições individuais e coletivas, destacando-se a primeira exposição individual no Rio de Janeiro, em 1955, na Galeria Exclusividade e a exposição de 1957, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1967, viajou pela Europa expondo na Galeria Debret, em Paris, e no Museu de Ixelles, na Bélgica. Em 1968, a Imprensa Oficial da Bahia publicou o livro-álbum “Jenner”, com reproduções de inúmeros trabalhos. Já em 1974, realizou exposições retrospectivas de suas obras em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, paralelamente ao lançamento do livro de Roberto Pontual “Jenner: A Arte Moderna da Bahia”. Ele continuou expondo pelos anos seguintes e, em 2003, com muita satisfação e alegria, tornou-se patrono da Galeria de Artes da Sociedade Semear, onde, na oportunidade, expôs suas últimas obras.
“Jenner é exemplo de que o tamanho do amor pelo nosso berço não tem nenhuma relação com o estar vivendo fisicamente nele, mas sim estar com ele sempre no coração e, sem dúvida, Jenner foi mais uma vez mestre, ao retratar em várias de suas obras essa paixão por Sergipe”, comentou Carlos Britto, diretor-presidente da Sociedade Semear.
Sobre Jenner, o mestre Drummond escreveu: “Sua pintura é das que conversam com a gente, se infiltram, tomam conta: sem agressão, com suave persistência. E cria um mundo mais belo, dentro do mundo a que estamos acostumados.”
O escritor Érico Veríssimo descreveu assim a sua admiração por Jenner: “Vi tuas pinturas. Tuas casas e ruas possuem expressão quase humana e parecem contar histórias. Na minha opinião, hoje, no Brasil, ninguém pinta marinhas e céus mais belos que os teus. Vivo repetindo que sou pintor frustrado. Se me perguntassem como quem eu gostaria de pintar, responderia sem hesitação: como Jenner Augusto. “
No decorrer de sua vida, Jenner recebeu vários prêmios, como Medalha de Ouro do VI Salão Baiano de Belas Artes, certificado de Isenção do Júri e o prêmio de Viagem ao País, respectivamente no VI e no VIII Salão Nacional de Arte Moderna e o grande prêmio de pintura do III Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, entre muitos outros. Em novembro, será homenageado pela cidade de Lagarto.
Em Sergipe, várias das suas obras embelezam espaços públicos e privados, expondo a grandeza desse gênio sergipano, que através dos seus pincéis revelou para o mundo as belezas, os matizes e os contrastes do nosso nordeste. Jenner pintou painéis que se eternizaram na memória e nas paredes dos seus conterrâneos. Quem não se lembra do mural do antigo Hotel Palace, que hoje está no hall do Teatro Atheneu? Do mural do Cacique Chá? Do mural do antigo Aeroporto de Aracaju e do painel em cerâmica “Os Primeiros Habitantes de Sergipe”, que foi restaurado pela Energisa e está exposto para a comunidade no prédio sede da empresa? Do painel em cerâmica do edifício Walter Franco, no calçadão da rua João Pessoa? Várias são as obras que eternizam Jenner em Sergipe e nos mais diversos pontos do planeta, dividindo com aqueles que as contemplam os sentimentos e sensações de um sergipano que soube levar consigo as cores, as hitórias e as paisagens da sua terra.
No ano de 2003 Jenner Augusto nos deixa, mas suas obras se imortalizaram e encantam a todos por onde passa.
A exposição Jenner 85 anos fica na Sociedade Semear até o dia 27 de novembro. |
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