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BNB LANÇA EXPOSIÇÃO "NOVA GEOGRAFIA DA FOME" EM ARACAJU
Mostra contém 45 painéis com textos de Xico Sá e fotos de U. Dettmar, e estará aberta ao público, gratuitamente, entre os dias 10 de novembro e 1 de dezembro
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) lança no próximo dia 10, às 19:30h, no Espaço Cultural Semear Petrobrás (Rua Vila Cristina, 148, Centro), a exposição Nova Geografia da Fome, contendo 45 painéis com textos do jornalista Xico Sá e fotos de U. Dettmar. Na oportunidade, o livro-documentário "Nova Geografia da Fome" será lançado, e haverá uma noite de autógrafos pelos autores da Obra.
O referido livro é uma homenagem ao clássico "Geografia da Fome", com o qual Josué de Castro, médico, geógrafo e antropólogo pernambucano, ainda em 1946, denunciou esta problemática no Nordeste, até então vista como tabu. A Exposição, bem como o livro-documentário, é resultado do trabalho realizado durante o ano de 2003, numa viagem de 60 mil quilômetros empreendida por Xico Sá e U. Dettmar, a convite do Banco do Nordeste. O roteiro, que cruzou os nove estados nordestinos, o norte de Minas Gerais e os arrabaldes de São Paulo, onde, segundo o próprio Xico Sá, "deságuam todos os sertões", se propôs a revelar a nova "geografia da fome" no Brasil, bem como as iniciativas públicas e privadas que o País está desenvolvendo para combater a miséria.
Outro resultado dessa viagem foi uma série especial de reportagens publicadas em diversos jornais e portais brasileiros, entre junho e agosto do ano passado. Através dessa ação, os autores do livro mostraram o retrato de sertões, veredas, periferias e mangues, bem como os novos personagens e dramas de uma antiga história que ainda atinge, pelo menos, 9,9 milhões de pessoas, segundo estimativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Em texto e foto, o livro-documentário é uma narrativa que mostra os rostos vincados de sol e "precisão", xilogravuras ambulantes do abandono histórico, vítimas da "velha do chapelão"- como a fome era representada no imaginário sertanejo mais antigo. Além disso, os autores também trouxeram da estrada a crônica de costumes de um sertão cheio de quixotices, mungangas, marmotas, estripulias à João Grilo e Pedro Malasartes.
A "Nova Geografia da Fome" também traz focos de esperança, entre eles estão a caprinocultura, com o bode dando lição de resistência e convivência com o semi-árido; a agroindústria de ponta que vingou em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), herança dos sonhos de Delmiro Gouveia - o homem que ligou a caatinga na tomada; as invenções tecnológicas de Campina Grande (PB), entre outras tantas mostras localizadas pelos repórteres.
Publicado pela editora "Tempo d´Imagem", uma das mais importantes do país no gênero de livros que reúnem fotografia e texto, "Nova Geografia da Fome" tem 160 páginas, tradução para o inglês e os recursos de sua venda são destinados ao programa Fome Zero, programa federal que conta com a parceria do Banco do Nordeste.
Xico Sá e U. Dettmar têm longa estrada na profissão-repórter
Xico Sá, nascido no Crato (CE), iniciou trajetória profissional no Recife, para onde partiu ainda cedo. Fundou, com um grupo de amigos, o semanário O Príncipe (1980), de política, sátira e cultura. Suas primeiras reportagens saíram n`O Rei da Notícia, periódico anarco-armorial de Pernambuco. Repórter de futebol e polícia, trabalhou no Tablóide e Jornal do Commercio. Com duas décadas de profissão-repórter, passou por Veja (Recife e Brasília), O Estado de S. Paulo, Diário Popular (SP) e Folha de S. Paulo. Por suas descobertas, ganhou prêmios como o Esso, o Folha e o Abril.
Sá fez ainda rápidas incursões pela TV, como redator da Globo e da MTV. Letrista bissexto, tem parcerias com Fred Zeroquatro, do grupo Mundo Livre S/A. Publicou os livros "Paixão Roxa" (Edições Pirata, 1981, Recife), "Beato José Lourenço" (EDR, 2000, Fortaleza) e "Modos de Macho & Modinhas de Fêmea" (Record, 2003, Rio). É crítico do caderno "Ilustrada" (Folha de S.Paulo), colunista da revista "Bravo!", webeditor do site "O Carapuceiro" (www.carapuceiro.com.br) e colaborador da revista "Carta Capital".
Autor de imagens importantes da história política e cotidiana do país, o repórter fotográfico U.Dettmar, nascido no Rio, iniciou sua carreira na revista O Cruzeiro, em 1960. Daí por diante sua trajetória, em 43 anos de profissão, foi construída nos principais veículos da imprensa, como O Jornal, Diário de Notícias, a Última Hora comandada por Samuel Wainer, Correio da Manhã, Manchete, Folha de S.Paulo, Istoé, O Globo, Veja (São Paulo e Brasília) e Veja SP, além de trabalhos especiais para a agência Reuters.
Em 1990, passou a revelar as imagens do poder, como fotógrafo da Presidência da República, o que lhe rendeu um acervo histórico sobre o conturbado período de Fernando Collor (1990-1992). Ganhador de importantes prêmios nacionais e estrangeiros, entre eles o Vladimir Herzog e o Concurso Anual Nikon de Fotojornalismo, U. Dettmar publicou o livro "20 anos de Fotojornalismo", em 1981. Realizou também exposições importantes como "Muro de Berlim", no Brasil, e várias mostras em países como México, EUA, Suécia, Espanha, França e Itália. Participou das coberturas das guerras de El Salvador, Nicarágua e da invasão norte-americana em Granada.
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