Com um grande sucesso de público, a Associação Mulheres pela Paz abriu na noite desta quarta-feira, 29, a Exposição 1000 Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, na Sociedade Semear. Paralelamente, a instituição não-governamental sediada em São Paulo, realizou o relançamento do livro Brasileiras Guerreiras da Paz e o painel temático “Mulheres e homens pela paz e contra a violência doméstica”. “É umo rgulho para Sergipe receber esta exposição. A gente discute muito a violência e o sofrimento das mulheres, mas não discutimos a paz. As famílias, os pais não conversam sobre a paz com seus filhos. Precisamos desenvolver a cultura da paz”, disse na abertura do evento a primeira-dama e secretária de Estado de Inclusão e Desenvolvimento Social, Eliana Aquino. A presidente da Associação Mulheres pela Paz, Clara Charf, encantou o público com suas palavras. Sem discurso pronto, ela levou os presentes a compreender melhor o projeto da instituição - que há 10 anos atua na defesa dos direitos das mulheres -, e a refletir sobre a responsabilidade que cabe a cada um na construção de uma sociedade justa e igualitária. “Os avanços que as mulheres tiveram no Brasil são muitos e deram margem para que o país elegesse uma mulher presidente. Antes, as mulheres sofriam em silêncio. Eram martirizadas e não podiam reclamar seus direitos. Hoje, isso mudou. Elas estão aqui discutindo seus direitos, elas trabalham, elas participam de movimentos sociais, elas lutam, são responsáveis. Nossa luta é para que todas as pessoas tenham oportunidades iguais e uma vida digna”, declarou Clara Charf. A Secretária de Estado para Mulheres, Maria Teles, que no evento representou o governador Marcelo Déda, falou sobre a importância de a exposição ter chegada a Sergipe. “Esta é uma oportunidade única de conhecermos uma parte da história que foi construída por mulheres”, ressaltou. O painel temático contou com a presença de duas das 52 brasileiras que integram a exposição: a médica Maria José de Oliveira Araújo, militante nas causas da saúde da mulher, dos direitos sexuais e reprodutivos e no enfrentamento à violência contra a mulher, e Creuza Maria Oliveira, baluarte na defesa dos direitos das trabalhadoras domésticas. Ambas relataram suas experiências de vida e luta no campo dos direitos femininos. “As mulheres precisam conhecer os seus direitos e lutar por eles. Elas precisam saber que têm o direito a não violência, a não discriminação, enfim, a não sofrer nenhum tipo de violação. Não permitir ser submetida à opressão”, orientou Maria José Araújo, dirigindo-se às mulheres sergipanas. Creuza Maria Oliveira é uma das pioneiras na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas e garante: “sem luta não há vitória e é preciso que as trabalhadoras que se sintam prejudicadas busquem os seus direitos, se engajem nos movimentos sociais. Aqui em Sergipe temos a Casa da Doméstica e o Sindicato das Domésticas que participam dessa bandeira de luta”, enfatizou. O evento conta com o patrocínio da Petrobras, com o apoio da
Associação Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo (Suíça), EED (Alemanha),
Fundação Avina, Instituto Avon, Vital Voices, NNEDV, e Secretaria de Políticas
para Mulheres do Governo Federal. A imprescindível parceria local é do Governo do
Estado de Sergipe, Sociedade Semear, Revida, Omin e Care. Oficina Durante todo o dia de hoje e amanhã, a associação estará realizando a oficina Redefinindo Paz, no auditório Barão de Maruim, No Hotel Real Classic. A oficina, fechada e dirigida ao público que já atua nos movimentos sociais, vaia presentar temas como “Metodologia de Educação Popular Feminista”, “Dinâmica e Teoria sobre o Conceito Ampliado da Paz”, “Masculinidades”, “Avanços da Lei Maria da Penha”, “Questão Racial e Orientação Sexual”.
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