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GUEL
Jorge Amado

A alegria de estar sentado diante da parede nua e vê-la de repente revestir-se de cores em nuances que se sucedem e se prolongam mais além das molduras, mais além das salas antes fria e agora vibrante, cores e formas avolumando-se dentro de cada um dos que estamos contemplando as pinturas do Guel. A imaginação corre solta, um universo fluido e vaporoso, céu e mar, começo e fim nascendo juntos - e o artista sorri.

O mérito verdadeiro resulta de que o moço Guel, guerrilheiro na batalha da arte mais avançada, se engaja inteiramente nos materiais de expressão não tradicionais nascidos da tecnologia moderna, dilacerando, com intrépida juventude e a inesgotável sede de afirmação, as ferramentas clássicas que a disciplina do ensino o levara a empunhar e a manejar. E eis que a retículas fixadas do pigmento de sua palheta quase espacial, nos recordam no mistério da criação as experiências do pintor americano John Marin juntando, em livres pinceladas, movimentos e formas ao mesmo tempo diluídas e marcantes.


FONTE: Catálogo Guel Silveira - Ultima Atualização: 21/12/2010

 
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