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PRISIONEIRO DO INSCONSCIENTE Verônica Nunes
Moderno. Contemporâneo. Sue sentido tem essas expressões de arte? Ambas têm a ver com o tempo, que não é uma linha horizontal que segue em frente, com a idéia de superação, isto é, uma etapa supera outra.
Sabemos que não é bem assim. O artista inicia uma fase, um tempo, mas traz as marcas do anterior, encontra um novo objeto e com ele busca novas formas, novas soluções para suas leituras de mundo. Nesse seu momento artístico, Bené Santana se inspira no urbano e nas questões de habitação, se alinhando numa perspectiva das moradias: o tapume.
O tapume encobre o que ser visto e usado por um seguimento da população e, ao ser retirado, vai ter novo uso por aqueles que se apropriam dos restos, deixando de ser um tapume que “esconde” o que vai ser apresentado, para se transformar em nova moradia.
Bené faz uma outra apropriação do tapume que é sua ressignificação, ao usar os restos de materiais de construções cria um produto artístico, atribuindo um novo significado ao objeto, dando início a uma nova história é a obra de arte que vai ser consumida pelo público, e que reflete as impressões do autor e a sua preocupação com o lócus, ou seja, o micro; entretanto, a obra também se projeta no macro, a construção e a desconstrução do mundo, o observado a partir das frestas de modo limitado.
Dessa forma, Bené Santana se apropria de um material simples, fazendo dele um meio de manifestar as suas inquietações pessoais.
FONTE: Catálogo Prisioneiros do Insconsciente - Ultima Atualização: 28/12/2010
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